domingo, 13 de fevereiro de 2011

Cotidiano

Todo dia é o mesmo dia
O sol nasce do leste e se põe no oeste
Todo dia ali está a mesma menina
Sentada na beira da vida
Com o mesmo sorriso vazio
Com o mesmo olhar perdido
Com a mesma esperança vivida

Todo dia é o mesmo dia
As árvores balançam pelo mesmo vento
Os carros depressa passam sempre a mesma rua
A vida cheia sempre se esvazia
A pessoa continua a mesma
Bem assim sem vida


Todo dia é o mesmo dia
Se um dia assim mudar
A catástrofe irá melhorar
E o dia não será mais o mesmo
E aquela menina sentada a beira da vida
De lá vai se levantar
As coisas que serão cotidianas irão mudar

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

ENCONTRO INEXPLICÁVEL

     Estava andando pelas ruas,não sabia exatamente o que fazer.Minhas pernas moviam-se em uma tentativa desesperada de encontrar algo.A mente era vaga,não conseguia traduzir os estímulos,apenas o espírito pulsava e me levava em alguma direção.
       Aos poucos observava a aproximação de um bosque apesar da neblina local.Parei no centro.Sentei próxima a uma pequena fonte que jorrava água da forma mais graciosa.Ainda estava esperando a resposta daquela estranha sensação e que com o passar do tempo agravara-se mais até tornar-se desconfortavel e angustiante.A neblina ia desaparecendo e percebi que estava estranho,uma sombra distorcida veio em minha direção de maneira que  aproximava-se , revelando-se ia esta alucinação.Com a chegada desse ser,um forte tremor tomou conta de meu eu,não conseguia controlar as funções do meu corpo.Paralisei.Os batimentos cardíacos estavam em uma grande frequência quando repentinamente senti um toque em meu braço e junto o meu espanto.Afastei-me velozmente,porém uma pedra estava em meu caminho.Caí.Tentando me levantar percebo a face daquela pessoa muito próxima  a minha e  a pouca luz que atravessava a neblina ,mostrou um rosto com uma palidez bela,um olhar intrigante que envolvia meus maiores pensamentos deturpando-os sem proferir uma única sílaba,seus longos cabelos negros mostravam leveza ao balançar com o vento,dando um ar de mistério.
       Não conseguia me mover,ele percebeu então esse momento de fragilidade e abraçou-me.Nesses anos de existência,nunca havia sentido nada parecido.Entrei em transe. Quando voltei a mim,ele estava aproximando sua face frente a minha vagarosamente.Até que seus lábios frios tocaram os meus, e com movimentos delicados,aos poucos o beijei também,algo inexplicável.Após alguns segundos paramos,ele se afastou poucos centímetros e fitou meus olhos por alguns instantes.Também procurava algo.Levantou-se,pegou em minha mão e puxou-me para si,não conseguia esboçar reação.Externamente sentia frio,mas interiormente era quente e agradável,as duas almas estavam compartilhando o mesmo fogo,
      Com um susto,acordei perto da fonte e o clima ainda estava sensível ao último acontecimento.Então,encontrei ao meu lado um fio de cabelo negro que brilhava intensamente,a única lembrança do acontecido.Pensei que fora um sonho,porém sentia na boca um gosto gélido e minha alma ansiava novamente por outro encontro.